Ser uma Organizaçao Social promotora
do artesanato mineiro no Brasil e no mundo, através de alianças
intersetoriais, construindo redes sociais, governamentais e
organizacionais. Missao
O CEARTMG é uma
associaçao civil sem fins lucrativos que tem por objetivo promover o
desenvolvimento sustentável do artesao e da arte artesanal, através da sua
produçao, comercializaçao, divulgaçao e distribuiçao no Brasil e no
mundo.
Negócio :
Desenvolvimento sustentável e
Responsabilidade Social
Artesanato
Mineiro por Maria Amélia Dornelles DAngelo
As fontes de inspiraçao
para a criatividade humana sao, evidentemente, inesgotáveis. Mas é fora de
dúvida que, para o artesanato mineiro, o complexo geofísico de Minas Gerais
desponta como fator estimulador de relevante significaçao, escola maior, o
grande mestre natural.
Tudo no entorno destas Minas
atrai os olhos e desperta emoçao, aguilhoa o espírito e convida ao ato
criador; a contemplaçao das montanhas, o desafio das torres de igrejas
seculares, os dobres dos sinos, o espetáculo da fé nos atos litúrgicos, o
aboio no descampado, o pastoreio, os currais, as cavalgadas, as trilhas e
veredas, a sinuosidade dos rios e a mansidao dos lagos, a faina do plantio,
o gesto largo da semeadura, o quotidiano do homem rural.
Em Minas, como em outros
lugares, o artesanato é único e vário ao mesmo tempo, sempre pronto a se
fazer arte popular, na mao que molda o barro ou maneja o cinzel, na mao que
movimenta o tear ou entalha a madeira, na mao que borda o pano ou encarna os
santos, na mao que esculpe a pedra ou verga o ferro. Mas sempre as maos, e
os materiais que o meio coloca ao dispor de seus talentos.
O artesanato é o encontro do homem com sua própria terra, simbiose
espiritual.
História
O Centro de Artesanato Mineiro foi criado em 1967 por
iniciativa do Serviço Voluntário de Assistencia Social (SERVAS) e de sua
Presidente, Primeira Dama do Estado, visando ao renascimento da atividade artesanal, uma das
mais antigas do Estado.
Nos primeiros meses, durante mais de um ano, baseou-se no
trabalho voluntário e teve a ajuda da Universidade do Trabalho de Minas
Gerais (UTRA-MIG), através de convenio com o SERVAS. Á custa de muita
dedicaçao e de critérios válidos, organizou-se em bases permanentes e passou a
ser um departamento autônomo, com sede no Palácio das Artes, contabilidade e
caixa próprios, regimento interno e quadro de
pessoal.
O Centro de Artesanato Mineiro partiu da
premissa de que o artesanato é uma atividade econômica e artística de
ponderável significaçao e que coexiste, em todos os países do mundo, seja
com a atividade industrial mais avançada ou a mais atrasada. É que
o artesanato corresponde a uma necessiade cultural - no sentido sociológico - do
meio, resulta da criatividade gerada por essa necessidade e atende a
satisfaçao utilitária ou meramente estética de pessoas que compoem esse meio
social. Trata-se, pois, de atividade que a UNESCO, na recente reuniao de
Veneza, recomendou como parte da política cultural dos
governos.
Os objetivos
do Centro de Artesanato Mineiro podem ser sintetizados nos seguintes
pontos:
1-
Definir o artesanato em sua pureza e criatividade originais, evitando que se
abastarde, seja pela intervençao ou seja pela imposiçao de
matéria-prima ou componentes de fonte industrial;
2- Suscitar o
renascimento do artesanato , estimulando-o a que retorne as suas matérias-primas
tradicionais, geralmente de produçao local, tais como fibras, fios, barros,
tintas etc.;
3- Orientar o artesao no sentido de manter e ampliar sua
criatividade, estimulando-o a que produza dentro da sua própria linha de
inspiraçao;
4- Fazer do Centro de Artesanato Mineiro o órgao de
representaçao e comunicaçao do produtor artesanal com os centros de consumo,
tanto os estaduais e nacionais como os situados no exterior;
5- Atuar
como regulador da política de preços do produto artesanal, evitando que seja
desvalorizado ou supervalorizado e vedando, também, que a iniciativa privada
o transforme em artigo de ganância e competiçao;
6- Formar um capital de
giro que retorne sempre ao artesao em forma de novas encomendas e, portanto,
que o coloque a salvo de eventual falta de mercado;
7- Levar ao artesao,
em cooperaçao com o SERVAS, assistencia social em vários níveis, incluindo ajuda
econômica, educaçao sanitária, assistencia médica, orientaçao,
etc.;
8- Fazer o cadastramento do artesao e do seu grupo familiar através
de fichário em que figuram os seus princiapis dados sócio-econômicos,
artísticos e humanos;
9- Fazer o mapeamento da atividade artesanal em
todo o Estado;
10- Embora a arte popular tenha conceituaçao diversa da do
artesanato, estender também a ela o campo de atuaçao do Centro, pois, no
sentido cultural e econômico, a arte popular oferece os mesmo problemas de
apresentaçao, demanda e comercializaçao do artesanato. Essa atuaçao é
eventual. O Centro de Artesanato Mineiro, por fim, nao busca o lucro. O
pequeno acréscimo que faz no preço do produto visa apenas a cobrir suas despesas
administrativas e a formaçao do capital de giro que possibilite novas
encomendas ao artesao.